quarta-feira, 28 de junho de 2017

AmpMe: app que constrói rede de alto-falantes com smartphones aposta no Brasil


O AmpMe (Android, iOS) é um aplicativo que conecta vários smartphones para tocarem simultaneamente a mesma música. Na prática, é como se os smartphones formassem uma rede sem fio de alto-falantes. Eles podem estar próximos uns dos outros, no mesmo apartamento, ou no mesmo parque, ou distantes, em bairros ou até cidades diferentes. E não há limitação de quantidade: podem ser apenas dois celulares ou milhares, todos juntos, com a mesma música. O recorde até agora foram 22 mil pessoas conectadas simultaneamente com seus smartphones reproduzindo o setlist do DJ que tocou na festa de aniversário de 375 anos da cidade de Toronto, no Canadá, país de origem do AmpMe.

“Tive a ideia quando estava no apartamento de um amigo que não tinha alto-falantes. Pus uma música no meu telefone, mas o som não era alto o suficiente. Então todos os amigos tentamos apertar play no Spotify ao mesmo tempo, cada um com seu smartphone. Mas nunca era perfeito: mesmo com contagem regressiva nunca entrava em sincronia”, lembra Martin-Luc Archambault, fundador e CEO do AmpMe, em entrevista para Mobile Time. “Depois disso, levei um ano e investi US$ 1,5 milhão do meu bolso até termos uma versão para fazer uma prova de conceito do AmpMe”, relata.

Diante da boa aceitação no Canadá e nos EUA, a start-up recebeu recentemente US$ 10 milhões em uma rodada de investimento. O dinheiro que será usado para a expansão da sua base de usuários mundialmente. Enquanto isso, a ideia é manter o app totalmente gratuito. “Depois que escalarmos a base vamos pensar em adicionar anúncios ou funcionalidades pagas, mas não faremos nada que atrapalhe a experiência do usuário no próximo ano. Os investidores entendem isso. Queremos construir uma marca boa”, explica Archambault.

O aplicativo acumula mais de 4 milhões de downloads e tem o Brasil entre os seus cinco maiores mercados, mesmo sem qualquer campanha de marketing por aqui. Para aproveitar o embalo, Archambault decidiu apostar no País. O aplicativo foi traduzido para português e três pessoas foram contratadas para promover o app por aqui, especialmente usando influenciadores em redes sociais, como o Instagram. Além disso, levando em conta a precariedade da rede móvel do Brasil, foi criada uma nova funcionalidade que permite construir uma rede de alto-falantes mesmo sem conexão à Internet: um dos smartphones cria um hotspot Wi-Fi e distribui músicas da sua biblioteca para os demais que estiverem conectados a ele. Uma versão com essa funcionalidade automatizada será lançada dentro de um mês. “Estou empolgado com o Brasil porque a música faz parte da cultura brasileira. Adoraria bater o recorde de pessoas conectadas ao AmpMe na praia de Ipanema”, comenta o empreendedor.

Canadá, EUA, França e Índia são os outros países que compõe seu top 5 em quantidade de usuários do AmpMe. A equipe de desenvolvimento se concentra no Canadá, com 25 pessoas em sua sede. Também foram contratados cinco funcionários na Índia e um na França.

Como funciona

O funcionamento do AmpMe é simples para o usuário. Depois de instalá-lo, pode-se começar uma “festa" botando uma música para tocar. As músicas podem vir da memória do aparelho ou de algum serviço de streaming utilizado pelo DJ. Hoje o AmpMe está integrado a Spotify, YouTube e Soundcloud. Archambault está negociando a integração com vários outros e promete ter entre 10 e 20 serviços de música disponíveis dentro do AmpMe daqui a dois anos. O executivo reconhece, por exemplo, a importância de ter o Deezer entre eles, por ser um serviço popular no Brasil e na França, dois dos seus principais mercados.

Uma vez iniciada a “festa”, outras pessoas podem entrar nela. Isso significa que seus smartphones vão começar a reproduzir a mesma música, de forma sincronizada. Se os usuários estiverem na mesma rede Wi-Fi e as músicas vierem da biblioteca dos aparelhos, o streaming é feito dentro dessa rede, sem ir para a nuvem. Se for usado algum serviço de streaming ou os aparelhos estiverem conectados nas redes móveis, o streaming é recebido da nuvem. O app cuida de adaptar a sincronização, para que a execução seja simultânea. Se mesmo assim houver algum atraso, os usuários dos smartphones receptores podem configurar manualmente a sincronização.

Fica a cargo do dono da festa autorizar que os participantes alterem ou não a lista de músicas. Isso pode ser liberado somente para seus amigos ou para todo mundo que entrar na festa. Em breve o AmpMe adicionará elementos de “gameficação”, em que usuários poderão marcar se gostam ou não de cada música na lista, o que poderá resultar em pontos para o DJ ou na retirada da faixa.


No aniversário de 375 anos de Montreal, 22 mil pessoas se conectaram ao AmpMe simultaneamente.

Fonte: Mobile Time

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